Maio Vermelho e a conscientização sobre o Câncer de Boca

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para novos casos de câncer de boca é de mais de 15 mil pessoas, sendo, dentre desta estatística, aproximadamente 11 mil homens e 4 mil mulheres (INCA – 2020). Neste contexto, a campanha Maio Vermelho busca conscientizar a população sobre esta doença, que tem como principais fatores de risco o fumo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

O câncer da boca (também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral) é um tumor maligno que afeta lábios, estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. De acordo com o INCA, a doença é mais frequente em homens acima dos 40 anos, sendo o quarto tumor mais frequente no sexo masculino na região Sudeste. Vale ressaltar que, se detectado no início, o câncer de boca tem cura, por isso a importância do diagnóstico precoce.

Sintomas e diagnóstico

O câncer de boca pode se manifestar sob a forma de feridas na boca ou no lábio que não cicatrizam por mais de 15 dias, caroços, inchaços, áreas de dormência, sangramentos sem causa conhecida, dor na garganta que não melhora e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na parte interna da boca ou do lábio. Nas fases mais evoluídas, o câncer de boca provoca mau hálito, dificuldade em falar e engolir, nódulos no pescoço e perda de peso.

Se estes sinais e sintomas persistirem por mais de 2 semanas, é recomendado consultar um clínico geral ou um dentista para avaliar o problema, fazer os exames necessários para diagnosticar a doença, iniciando o tratamento adequado.

O diagnóstico do câncer de cavidade oral normalmente pode ser feito com o exame clínico (visual), mas a confirmação depende da biópsia. Alguns exames de imagem, como a tomografia computadorizada, também auxiliam no diagnóstico, e, principalmente, ajudam a avaliar a extensão do tumor. O exame clínico associado à biópsia, com o estudo da lesão por tomografia (nos casos indicados), permitem ao cirurgião definir o tratamento adequado.

Causas e riscos

Conforme mencionado anteriormente, o fumo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer da boca.

A fumaça do fumo (seja de cigarros, charutos, cachimbos) contém substâncias cancerígenas, como alcatrão, benzopirenos e aminas aromáticas. Ademais, o aumento da temperatura na boca facilita uma agressão da mucosa oral, que a torna ainda mais exposta a estas substâncias.

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também está relacionado à doença, embora não se saiba exatamente qual mecanismo causador, sabe-se que o álcool facilita a entrada dos resíduos do etanol, como os aldeídos, pela mucosa da boca, favorecendo as alterações celulares.

Também são fatores de risco a exposição solar nos lábios, sem proteção apropriada, como batons ou bálsamos com fator de proteção solar; a má higiene bucal; e o uso de prótese dentária mal adaptada.

Por fim, a infecção pelo vírus HPV está relacionada a alguns casos de câncer de orofaringe.

Tratamentos

Os tratamentos possíveis após a detecção do câncer de boca são a cirurgia, para retirada do tumor, e, quando a cirurgia não for possível ou oferecer mais riscos à saúde e recuperação do paciente, a radioterapia ou quimioterapia. A escolha do melhor tratamento é feita de acordo com a localização do tumor, gravidade e se o câncer já se espalhou ou não para outras partes do corpo.

Prevenção

Veja alguns cuidados que devem fazer parte da rotina: reduzir o consumo de álcool; não fumar cigarro ou ficar muito exposto à fumaça do cigarro; ter uma adequada higiene bucal e uma alimentação saudável. A consulta regular com profissionais da saúde bucal também é necessária e fundamental. Além disso, é preciso sempre estar atento aos sinais do próprio corpo e recorrer a um profissional quando houver qualquer alteração.

Fontes: Instituto Nacional de Câncer (INCA), Portal Tua Saúde, Ministério da Saúde (MS).

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