Mulheres na radiologia: Desafios e conquistas

Nos últimos tempos, pautas como o feminismo e o empoderamento feminino estão em alta e frequentemente são tema de reportagens e discussões na mídia. Porém, nem sempre foi assim! Antigamente era difícil vermos mulheres na radiologia, por exemplo, uma vez que o mercado de trabalho era dominado por profissionais masculinos.

Cada vez mais as mulheres estão sendo valorizadas em todos os segmentos na sociedade, mas isso só acontece porque há muita luta dessas profissionais. É preciso que, diariamente, os desafios sejam superados, para que retrocessos não ocorram em nenhuma área.

As mulheres tomaram posse de seus lugares e hoje elas podem ser o que quiserem, inclusive radiologistas. É esse o assunto deste post! Vamos contar um pouco da história das profissionais femininas na radiologia, tendo início na precursora Marie Curie. Também vamos falar sobre obstáculos enfrentados e as expectativas para esse público no mercado de trabalho. Gostou da ideia? Então siga conosco!

Marie Curie: a precursora das mulheres na radiologia

Não podemos falar sobre mulheres na radiologia sem citar Maria. Sim, Maria! Esse era o nome de uma jovem de 24 anos que trabalhava como governanta em uma casa de família na Polônia.

Com o objetivo de estudar e juntar dinheiro, Maria deixou o seu país natal e mudou-se para Paris, onde adotou o nome de Marie. Ela foi morar com a sua irmã e o seu cunhado na França, onde logo iniciou estudos sobre a radioatividade na Universidade de Paris.

Uma curiosidade é que Marie Curie só foi viver na França porque não tinha como se dedicar aos estudos da física e da matemática na Polônia. Wladyslaw Sklodowski, pai de Marie, era professor em uma universidade polonesa, mas não podia repassar os seus conhecimentos à filha. Isso porque, nesse país, as mulheres não podiam ingressar em cursos superiores nas faculdades.

Em Paris, Marie se destacou como uma das principais cientistas do mundo. Uma de suas principais descobertas foi em 1902, quando ela descobriu um elemento que recebeu o nome de Rádio, por conta da intensa radiação que emitia.

Surgia assim os termos radioativo e radioatividade, que deram origem à radiologia como conhecemos hoje.

É interessante destacar que Marie sempre realizou estudos em parceria com o seu marido Pierre Curie. O cientista, porém, nunca negou a participação da esposa em suas pesquisas e sempre deu créditos aos trabalhos por ela desenvolvidos. Na época, isso chegou até mesmo a não ser bem-visto pela sociedade, uma vez que se tinha uma ideia de que as mulheres deveriam apenas se dedicar às atividades domésticas.

Marie Curie, com o marido Pierre, recebeu o Nobel de Física em 1903, por conta da descoberta da radiação. Em 1911, ela voltou a receber um Nobel, dessa vez de Química. Trata-se da primeira pessoa na história a ter recebido dois desses prêmios.

O preconceito por ser mulher não acabou por aí. Quando foi indicada para receber o segundo Nobel, surgiram boatos de que ela havia traído o marido. A própria equipe organizadora do evento sugeriu que ela não fosse à Suécia, onde a premiação seria realizada, com a presença do Rei. Eles sugeriram que uma entrega simbólica fosse feita a um representante enviado por ela.

Apoiada por um amigo, que era nada mais e nada menos do que Albert Einsten, Marie foi à Suécia e recebeu o prêmio. Ela provou que, além de uma grande cientista, também era corajosa e enfrentou o preconceito de toda uma sociedade. Sem dúvida, uma grande inspiração, até hoje, para as mulheres na radiologia.

Obstáculos enfrentados pelas mulheres na radiologia

Apesar de Marie Curie, uma mulher, ter sido a percussora da radiologia, até hoje há preconceito com as profissionais femininas que desenvolvem atividades relacionadas à área.

Prova disso foi um estudo desenvolvido pelo Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER), que foi publicado em sua revista. Veja alguns dos dados que foram levantados na pesquisa:

  • 85% das mulheres ganham menos de R$ 3 mil por mês, enquanto apenas 68% dos homens têm esse salário mais baixo.
  • 30% dos homens têm mais de um vínculo empregatício, enquanto apenas 12% das mulheres contam com esse privilégio.
  • 66% das mulheres dizem receber adicional insalubridade pelas suas atividades. Já entre os homens, esse número é de 69%.

Como podemos perceber, por meio dessa pesquisa, ainda há desigualdade entre homens e mulheres na radiologia. Para que esse cenário mude, é preciso que haja uma mudança cultural nas empresas e também nos próprios profissionais.

Somente assim, o público feminino conquistará ainda mais espaço e protagonismo, não apenas na radiologia, mas sim em todos os setores da sociedade.

Expectativas e crescimento das profissionais femininas na radiologia

As expectativas para o crescimento das mulheres na radiologia são positivas. Isso porque há mais profissionais femininas do que masculinos estudando a área na atualidade.

Uma pesquisa recente revelou que 60% das estudantes de cursos técnicos de Radiologia são mulheres. Já nos tecnólogos, esse número é ainda maior, 72%.

Sendo maioria no mercado de trabalho, as empresas precisarão se desprender de preconceitos e contratar mulheres para desenvolverem atividades de radiologia. Certamente elas terão mais destaque e conquistarão a tão sonhada igualdade de gênero.

Nós acreditamos que homens e mulheres têm as mesmas capacidades e que o que define um bom profissional não é o seu gênero, mas sim o preparo e as competências que têm para desenvolver as suas atividades.

Fonte: brlaudos.com.br

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