17 out A Radiologia Odontológica na prevenção do AVC
O ateroma consiste de depósitos focais de gordura, colesterol primário, na artéria, podendo propiciar uma resposta inflamatória resultando em proliferação fibroblástica e incrustação de sais de cálcio, produzindo graus variáveis de calcificação distrófica, que são detectáveis em radiografias panorâmicas, principalmente localizas entre as vértebras C3 e C4.
A manifestação clínica de ateroma da artéria carótida pode desencadear AVC quando não identificado precocemente. Sem dúvida, a avaliação de radiografias prontas obtidas no curso de um tratamento odontológico de rotina pode mostrar a utilidade na identificação de pacientes predispostos, encaminhando os mesmos a tratamento médico, e prevenindo complicações cerebrovasculares e/ou cardiovasculares, propiciando uma menor morbidade ao paciente.
A descoberta do ateroma na artéria carótida através do exame radiográfico panorâmico tem grande valia quando encaminhamos o paciente a tratamento, e previnem-se possíveis complicações. Observando criteriosamente a região entre as vértebras cervicais C3 e C4, e diferenciando de estruturas localizadas na mesma região, podem acometer ambos os sexos, com mais de 45 anos, principalmente os indivíduos que sofreram irradiações em região de cabeça e pescoço, e aqueles portadores de síndrome metabólica oculta.
De que modo o cirurgião dentista pode colaborar?
O Ateroma de Artéria Carótida é o principal fator responsável pela ocorrência do AVC e frequentemente, pode ser observado por meio dos exames de Radiologia Odontológica. Atualmente, os profissionais da área da saúde trabalham com a filosofia da prevenção de doenças. De maneira geral, em todas as áreas da saúde, quanto mais cedo uma condição patológica for identificada, melhor o prognóstico e, portanto, mais conservador será o tratamento. O ateroma desenvolve-se progressiva e silenciosamente. Muitas vezes o Cirurgião Dentista pode ser o primeiro profissional da área da saúde a se deparar com um ateroma de carótida.
Os fatores de risco para o desenvolvimento de ateroma são:
- Idade acima de 45 anos
- Hábitos deletérios (tabagismo e/ou etilismo)
- Hipertensão, diabetes mellitus, hipercolesterolemia
- Obesidade
- Histórico pregresso (e familiar) de doenças cardiovasculares/AVE
AVC: importância epidemiológica
Segundo a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, o Acidente Vascular Cerebral é a doença que mais mata os brasileiros.
Existem dois tipos: AVC do tipo isquêmico ou do tipo hemorrágico. O AVC isquêmico está diretamente ligado ao acúmulo de ateroma da artéria carótida.
Artéria carótida
As artérias carótidas asseguram a irrigação arterial da cabeça e do pescoço (juntamente com as artérias vertebrais). A artéria carótida comum bifurca-se em carótida interna e externa na altura da terceira/quarta vértebra cervical: esta bifurcação é o local de maior acúmulo de placas de ateroma, que por vezes mineralizam-se e, portanto, podem ser observados pelos exames de Radiologia Odontológica.
Radiografias panorâmicas
A artéria carótida e seus ramos estão dentro do “foco” das radiografias panorâmicas, mas pela sua menor densidade e espessura, não são observadas (quer pelas radiografias panorâmicas quer pela tomografia computadorizada por feixe cônico). No entanto, as placas de ateroma, quando mineralizadas, podem ser vistas.
O ateroma de artéria carótida pode mostrar-se em diferentes aspectos imaginológicos, tais como: nodular (único ou múltiplo) e tubular, configurando-se no formato da luz de um vaso sanguíneo. Nas radiografias panorâmicas o ateroma pode aparecer abaixo do ângulo da mandíbula e adjacente ao osso hioide e à coluna cervical.
Fonte: rocradiologia.com.br
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