15 ago Entenda como funciona a tomografia Cone Beam e o papel dela na odontologia
A Radiologia vem evoluindo continuamente desde a descoberta do raio-X, em 1895. No entanto, com a revolução tecnológica das últimas décadas, ela conquistou avanços até então inimagináveis. A tomografia Cone Beam é um exemplo disso: ela possibilitou a captura de imagens em 3D para especificidades que não podiam usufruir dessa tecnologia.
Para a Odontologia, a Cone Beam foi uma revolução. Ela permite a captura de imagens com profundidade e é útil para diversas áreas: diagnóstico por imagens, Periodontia e Implantodontia, por exemplo, mas é mais conhecido por sua promissora importância na Ortodontia.
Para saber mais sobre a tomografia Cone Beam, continue a leitura:
O que é tomografia Cone Beam?
Também chamada de tomografia computadorizada de feixe cônico ou volumétrica, a tomografia Cone Beam é um método de captura radiográfica de imagem em três dimensões (3D). Para conseguir as imagens, o aparelho conta com um feixe cônico de radiação e um receptor, que giram em 360° um única vez na região de interesse.
Durante o giro, inúmeros registros, com informações necessárias para a criação da imagem em 3D, são enviados ao computador. Lá, a imagem será formada por meio de um software. A partir daí, o paciente já está liberado: os cortes axiais, coronais e sagitais podem ser tranquilamente feitos por meio da montagem criada virtualmente.
A Cone Beam é uma tecnologia ainda recente na Odontologia: seus primeiros relatos literários apareceram apenas na década de 1990, quando pesquisadores italianos apresentaram os resultados preliminares de um novo aparelho de tomografia computadorizada volumétrica para imagens odontológicas.
Ela foi uma solução para as especialidades que precisavam de uma tomografia computadorizada, mas a tecnologia da época (feixe fan beam) não trazia especificidade para a Odontologia. A Cone Beam surge em 1998 como fruto de pesquisas simultâneas no Japão (Nihon) e na Itália (Verona).O primeiro tomógrafo computadorizado para a técnica foi o Newton 9000.
Características do tomógrafo de Cone Beam
Por ser voltado exclusivamente à arcada dentária e contar com uma tecnologia mais avançada, o tomógrafo de Cone Beam gera imagens muito mais detalhadas, incluindo:
- lâmina dura (osso compacto adjacente ao ligamento periodontal);
- cortical óssea compacta e medular;
- tecidos dentários;
- câmara pulpar;
- periodonto.
Dependendo do aparelho, as variações de cinza podem ser de 6 a 14 bites.
O tomógrafo de feixe cônico também permite a criação de:
- réplicas das radiografias convencionais utilizadas na Odontologia, como a panorâmica;
- telerradiografias lateral e frontal
- imagens bidimensionais
O volume total da área escaneada apresenta um formato cilíndrico e que varia de acordo com a marca do aparelho, e compõe-se unitariamente pelo voxel, ou seja, pela menor unidade da imagem na espessura do corte. Um voxel pode variar de 0,5 a 20mm, dependendo da região do corpo que vai ser escaneada e da qualidade da imagem. Em regiões maiores, a qualidade acaba diminuindo.
Quando se deseja imagens muito precisas como a face, ajusta-se o aparelho para adquirir cortes dfe 1 milímetro de espessura. Na tomografia computadorizada Cone Beam, o voxel é chamado de isométrico: tanto altura quanto largura têm dimensões iguais. Cada lado apresenta dimensão submilimétrica (menor que 1mm, geralmente de 0,119 a 0,4mm), por isso a resolução tem qualidade acima da média.
Por ser uma tecnologia ainda muito recente, existem poucos estudos relacionados à tomografia Cone Beam . Mais pesquisas sobre sua precisão e especificidade ainda são necessários.
Quais as diferenças entre a tomografia Fan Beam e a Cone Beam?
Existem dois tipos de tomografia computadorizada: a de feixe em leque (fan beam) e a de feixe cônico (cone beam). Na fan beam (utilizada principalmente na Medicina), os raios-X saem em forma de leque e captam imagens “fatiadas”, geralmente no plano axial, que serão empilhadas para a construção do volume.
Já na tomografia cone beam, a transmissão de raio-X tem o formato de um cone e, diferentemente da fan beam, faz uma varredura única no local rotacionando em 360º. Ele já obtém as imagem em formato tridimensional, que pode ser trabalhada e segmentada em qualquer plano. Além disso, permite reconstruções de radiografias em 2D.
O tempo de escaneamento varia de 10 a 70 segundos, mas a exposição chega a ser 15 vezes menor que a de uma radiografia convencional, com exposição de 3 a 6 segundos.
Para que serve a tomografia Cone Beam?
A tomografia Cone Beam é muito utilizada na Odontologia, principalmente na Ortodontia e na Implantodontia. Suas principais aplicações são:
- medições do exato diâmetro mesiodistal de dentes permanentes não irrompidos para avaliação da discrepância dente-osso na dentadura mista;
- análise quantitativa e qualitativa do osso alveolar para colocação de mini-implantes de ancoragem ortodôntica;
- avaliação do posicionamento tridimensional de dentes retidos e sua relação com os dentes e estruturas vizinhas;
- avaliação da movimentação dentária para região de osso atrésico ou com invaginação do seio maxilar;
- avaliação das dimensões transversas das bases apicais e das dimensões das vias aéreas superiores;
- visualização das tábuas ósseas vestibular e lingual e sua remodelação após movimentação dentária;
- avaliação do grau de reabsorção radicular de dentes adjacentes a caninos retidos;
- avaliação de defeitos e enxerto ósseo na região de fissuras nos lábios e no palato;
- avaliação do grau de reabsorção radicular de dentes adjacentes a caninos retidos;
- determinação de quantidade, qualidade e inclinação do rebordo ósseo alveolar;
- relação entre diâmetro das raízes e as tábuas ósseas vestibulares e linguais;
- determinação da quantidade de osso para tracionamento ortodôntico;
- avaliação da relação de dentes inclusos com acidentes anatômicos;
- visualização de tamanho, forma e número de canais radiculares;
- observação de anomalias da articulação temporomandibular;
- localização de pequenas trincas e fraturas dento-alveolares;
- auxílio no diagnóstico e delimitação das lesões patológicas;
- avaliação de fraturas radiculares;
- planejamento cirúrgico virtual;
- avaliações cefalométricas;
- avaliação de patologias;
- fendas palatinas.
A tomografia Cone Beam é extremamente importante para o planejamento de implantes porque as imagens permitem cortes precisos do osso alveolar remanescente, além da medição de altura e espessura, da distância entre o osso e das estruturas vitais.
Você também pode utilizá-la para fazer uma simulação de cirurgia de implantes.
Fonte: dviradiologia.com.br
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